segunda-feira, 27 de agosto de 2007

ISDTV: A TV digital brasileira

Anunciada á algum tempo, a TV digital brasileira começou a ganhar forma apenas recentemente, com a definição dos padrões e codecs que serão utilizados. Em um primeiro momento, a única coisa que se sabia é que o padrão adotado pelo Brasil seria o ISDB-T, padrão japonês. O que não se sabia é que o modelo adotado já apresentava sinais de desgaste e defasagem tecnológica. Desde então o projeto brasileiro de TV digital passou por algumas “revisões” até chegar na base atual, que será o modelo adotado para as transmissões nacionais, com data inicial prevista para dezembro de 2007, na grande São Paulo e posteriormente para o Brasil.

Originalmente, o modelo de TV digital japonês utiliza o padrão de compactação MPEG-2 para vídeo e o AC-3 da Dolby para áudio (ambos velhos conhecidos, usados comumente em DVDs). Com a chegada dos novos discos Blu-Ray e HD-DVD, chegaram também novos codecs de vídeo, que permitem uma maior taxa de compressão com menor perda de qualidade, estamos falando do H.264. De maneira inteligente, o Brasil aproveitou esse período de adaptação do padrão e realizou a mudança dos codecs, passando do MPEG-2 para o H.264 em video e do AC-3 para o AAC em áudio.

Quer dizer então que o padrão digital brasileiro só tem benefícios quando comparado ao padrão japonês originalmente adquirido?
Infelizmente, não. Usar H.264 e AAC para áudio acaba encarecendo o processo de fabricação dos Set-Top-Boxes, (nome dado aos aparelhos receptores de TV digital), o que pode dificultar substancialmente a popularização do novo sistema, pelo menos em um momento inicial. Por outro lado, o Brasil definiu um software para interatividade (Middleware) denominado “SAMBA”, que seria o “intermediário” entre a transmissão e a recepção, permitindo a interatividade do conteúdo distribuído sem maiores implementações no Set-Top-Box, na teoria reduzindo custos de produção nos modelos mais simples.

Ainda estão faltando pontos importantes a respeito de como será a transmissão digital no brasil, exemplo disso é que pouco se sabe como será a resolução das emissoras, já que não é necessária uma transmissão “Full HD” (1080p) para que a programação seja considerada HDTV. Outro fator importante é o acesso do brasileiro a TVs de alta definição como as telas de plasma e LCD, que ainda estão fora da realidade de muitos. A ausência de uma HDTV torna “sem sentido” uma transmissão em alta definição.

Quanto a essas questões, o que se pode fazer é esperar. Em se tratando do Brasil é aconselhável até rezar para que a TV digital se torne uma realidade e não apenas mais uma das decepções tão comuns na vida do brasileiro.

Leitura Recomendada:
http://www.universiabrasil.net/materia/materia.jsp?materia=11527

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Um comentário:

Juliano disse...

Mto bom o blog cara.
Juliano
CURTC